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Por que as empresas querem (e muito) saber sobre você?

Por: Rogério Hansen, egresso do curso de Administração da Unijuí

Você já parou para pensar que enquanto estiver lendo este texto, os seus dados podem (e certamente estarão) sendo coletados para os mais diversos fins? A sua localização, idade, amigos, parentes e diversas outras informações pessoais são facilmente mapeadas em tempo real. Assustador, não é? E é mesmo.

No maior escândalo que se tem conhecimento, recentemente o Facebook entrou na linha de frente das discussões após supostamente ser usado como mecanismo para coleta de dados de mais de 80 milhões de pessoas. Informações que teriam revelado, por exemplo, o perfil psicológico dos usuários da rede e sido captadas por meio de aplicativos, testes de personalidades e curtidas, o que teria sido utilizado nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, na qual Donald Trump se elegeu.

Isso poderia até parecer normal, mas não foi. Há diversos indícios da ilegalidade, tanto na coleta, quanto no uso das informações. Não entrarei aqui neste mérito, mas ficou muito feio para o Facebook, sem dúvida uma enorme crise na rede social mais famosa do mundo.

No Brasil, mais recentemente ainda, uma das maiores operadoras de telefonia do país está sendo investigada pelo uso dos dados de mais de 70 milhões de clientes para fins comerciais.   Informações como perfil demográfico, uso de dados e localização dos usuários poderiam ter sido usadas para venda de publicidade. Já neste caso a empresa se defendeu, alegando que está tudo dentro da normalidade, e pode estar mesmo.

Geralmente quando entramos em uma rede social, baixamos um aplicativo ou usamos algum serviço “gratuito” na web, somos submetidos a um termo de uso, é nele que constam essas liberações de uso das nossas informações, mas de fato a linha que divide o uso ético destas informações, com fins “obscuros” é muito fina.

Talvez você se pergunte o porquê de as empresas quererem saber tanto sobre o que você faz, como faz e por que faz. A resposta é um tanto quanto simples: isso vale ouro para as organizações hoje em dia.

Com a amplitude e alta diversidade dos perfis de consumo, podemos afirmar que é cada vez mais complexo dividir os consumidores em grupos semelhantes, com isso os dados tornaram-se valiosos para os departamentos de marketing e estratégias de qualquer empresa.

Hoje é impossível de se construir uma estratégia de mercado eficiente sem ter o máximo de informações sobre o público que queremos atingir. Queremos (nós do marketing) saber muito mais do a idade, gênero e onde os nossos possíveis clientes moram.

Informações sobre o perfil de consumo, movimentação, pessoas com quem se relacionam, o que seguem, do que gostam, se moram sozinhos, com companheiro ou com animais de estimação. Tudo é relevante neste mundo de estratégias em busca da sua atenção (que é o bem mais valioso que você carrega).

Pesquisas mostram que os profissionais de marketing brasileiros estão utilizando cada vez mais dados para otimizar suas campanhas On e Off line. Somente no Brasil mais de 36% dos profissionais aumentaram seus investimentos em marketing e publicidade orientados por dados em 2016, em comparação com 26,3% no ano anterior e essa curva só cresce com o passar do tempo.

Neste mundo de internet das coisas, vale uma máxima: nada, absolutamente nada, é por acaso. Nem aquele teste inocente que você faz nas redes sociais para ver como que ficaria se fosse careca ou cabeludo, muito menos aquele anúncio misterioso que apareceu na sua time line, e que mostra um produto que você pesquisou minutos atrás na internet.

Se você usa regularmente as redes sociais e seus recursos, é muito pouco provável que você não seja impactado por uma coleta de dados pelo menos uma vez ao dia. Nada deve ser anormal, desde que seja ético, responsável e conte com o seu consentimento. A busca desenfreada pelo conhecimento dos públicos pelos quais as empresas querem se relacionar, gera inúmeras armadilhas, por isso, cada vez mais a cautela e a transparência são necessárias para o bom relacionamento entre as entidades e os seus públicos.








 
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