Proteína de Choque Térmico de 70 Kda (Hsp70) Como Biomarcador Clínico na Sepse: Correlação Com Parâmetros Metabólicos e Hematológicos em Modelo Experimental

Grupos/Linhas de pesquisa:
Grupo de Pesquisa em Fisiologia - GPeF/ Estudo de Biomarcadores em Condições de Saúde e Doença

Programas/Linhas de Pesquisa (Mestrados/Doutorados):
Atenção Integral à Saúde/ Processos químicos e biológicos em saúde

Duração: 01/11/2016 até 31/08/2022

Participantes:

Resumo:

Sepse é o resultado de uma complexa interação entre o microrganismo infectante e a resposta imune pró-inflamatória do hospedeiro. Atualmente, quase 30% dos leitos das UTIs brasileiras estão ocupados por pacientes com sepse ou sua piora clínica (sepse grave e choque séptico), onde a mortalidade está em torno de 55%. A fisiopatologia da sepse compreende a liberação de hormônios contra-insulínicos (glucagon, corticosteróides, catecolaminas e hormônio do crescimento) o que resulta no aumento da glicogenólise e da gliconeogênese hepática, aumento da lipólise e do catabolismo protéico muscular, intestinal e do tecido conjuntivo elevando assim a glicemia. A doença pode acarretar diminuição da capacidade respiratória levando à hipóxia tissular, acidose láctica e por consequência morte celular agravando o estado clínico do indivíduo. Na sepse ainda existem pontos obscuros quanto à fisiopatologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico, que levam a comunidade científica ao estudo do papel das proteínas de choque térmico (Heat Shock Protein-HSPs) em especial a de 70 kDa (HSP70). A HSP70 tem sua expressão aumentada no estado de febre, onde a temperatura corporal elevada estimula a síntese desta proteína, considerando esta uma resposta celular ao estresse. Quando localizada no ambiente intracelular (iHSP70) estas proteínas desempenham papel anti-inflamatório, porém em situações de estresse fisiológico extremo, estas proteínas podem ser exportadas para o meio extracelular (eHSP70) onde possuem propriedades pró-inflamatórios. Neste contexto, os níveis de eHSP70 são maiores em indivíduos sépticos e mais elevados em indivíduos que morrem devido à sepse comparados com sobreviventes, evidenciando que os níveis de eHSP70 aumentam proporcionalmente a piora clínica de pacientes com sepse. Além das HSPs, existem estudos que mostram o papel das espécies reativas de oxigênio (EROs) com implicação na fisiopatologia da sepse. Os danos oxidativos causados pelas EROs incluem dano às células endoteliais, formação de fatores quimiotáticos, recrutamento de neutrófilos, peroxidação de lipídeos, danos ao DNA e liberação de citocinas. Em resposta a um agente infeccioso o aumento de EROs podem causar danos a diferentes tecidos: renal, hepático, encefálico, pulmonar e cardíaco O dano oxidativo ocasionado na sepse induz alterações na atividade de enzimas antioxidantes como a Superóxido Dismutase (SOD) e Catalase (CAT) plasmáticas. Assim, objetivo deste trabalho é avaliar o índice H (razão entre o conteúdo de eHSP70/iHSP70) e correlacioná-la com a evolução do quadro clínico que será verificado a partir de parâmetros glicêmicos, lactato sanguíneo, leucócitos totais, função respiratória, variáveis de estresse oxidativo tecidual e plasmático e o índice H (razão entre o conteúdo de eHSP70/iHSP70) em camundongos submetidos a um quadro de sepse. Serão utilizados 32 camundongos da linhagem B6129SF2/J, divididos em dois grupos cada um com 16 animais: controle (C) e sepse por peritonite (S). Os animais do grupo sepse receberão injeção de solução fecal 20% (2g/mL) via intraperitoneal (i.p) e os animais do grupo controle solução fisiológica 0,9% em uma dose de 5µL/g de peso corporal. Os animais serão monitorados quanto à glicemia, temperatura retal, antes da indução a sepse e 4, 8, 12, e 24 horas após, e quanto à frequência respiratória, os animais serão filmados e terão seus movimentos/ciclo respiratórios contados (com/minuto). Ao final do experimento, os animais serão mortos e terão o sangue, cérebro, pulmão, coração, rins e fígado coletados para as análises de variáveis de estresse oxidativo e de resposta celular ao estresse e contagem de leucócitos totais sanguíneos.

Obs: Essas informações são de responsabilidade do coordenador do projeto.