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Palestra abordou o desafio da produção sustentável de alimentos

 

Está em desenvolvimento a Semana Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, organizada pela coordenação do curso e pelo Centro Acadêmico. A abertura ocorreu na noite de segunda-feira, 12, no Salão Azul da Biblioteca Universitária, com a palestra “O desafio da produção sustentável de alimentos, ilusão ou utopia?”, a cargo do professor Roberto Carbonera, do curso de Agronomia da UNIJUÍ.

Na palestra foram destacados os principais desafios da produção sustentável de alimentos para o abastecimento da população. Segundo Carbonera, sob o ponto de vista da produção, a humanidade consegue produzir o equivalente a 300 kg de cereais por habitante por ano, quando a necessidade é de 200 kg por habitante. “Portanto, a existência de fome é decorrente da falta de renda e de condições de acesso aos alimentos e não pela não capacidade de produção” ressaltou o professor, citando o autor Dufumier.

                Outro dado apresentado foi de que, nos últimos doze anos, a América Latina, incluindo o Brasil, conseguiu avanços importantes na redução em 51 % da pobreza extrema, em 23 % da pobreza moderada, através do aumento em 43 % da renda, em 25% do emprego, em 14% nas aposentadorias e pensões, em 9% em transferência de renda e, em 9 %, por outras razões, conforme levantamento do Banco Mundial e divulgado na imprensa. “No Brasil, em dez anos, duplicou-se a produção de grãos, passando de cem milhões de toneladas, para, praticamente, duzentos milhões toneladas nesta safra. Este aumento de produção deve-se ao aumento da produtividade das culturas, ou seja, por uma maior produção na mesma área. O aumento da produtividade ocorreu graças ao desenvolvimento tecnológico e ao uso mais intensivo de agrotóxicos”.

 

O programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos conduzido pela ANVISA mostra, de forma consistente, em dez anos de existência do programa, que 30% das amostras analisadas apresentam-se insatisfatórias, seja pela presença de resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou pela presença de agrotóxicos não autorizados para aquela cultura. Trabalhos recentes mostram, também, elevados níveis de contaminação em leite materno como constatado em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, com resíduos de produtos proibidos há mais de vinte anos. “Os casos recentes que constataram a vendas de licenças ambientais, de adição de formol, ureia e soda cáustica ao leite, do uso de antibióticos em vinho, a dessecação em pré-colheita de cereais de inverno, com mistura de inseticidas, sem respeitar considerar o período de carência e não existência de registro de produtos para esta prática colocam em risco a saúde da população”, ressalta Carbonera, acrescentando que, se por um lado, vive-se um bom momento em termos de crescimento e valorização da produção agrícola, com melhorias de renda e produtividade, por outro lado, existem práticas que comprometem a sustentabilidade deste desenvolvimento.

A Semana Acadêmica de Ciências Biológicas segue até sexta-feira, conforme programação que consta no Portal da UNIJUÍ.


 


 


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