Temporada de intercâmbio, investimento para a vida e meu futuro
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"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livro ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos e não simplesmente como ele é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver". Uma bela citação de Amyr Klink no livro “Mar Sem Fim” que me acompanha desde o início desse intercâmbio e que de alguma forma me entusiasmou realizá-lo, e agora ao final posso dizer que retrata um pouco da sensação que se tem ao sair da rotina e ir rumo ao desconhecido.
Desde os meus primeiros dias no Porto, em Portugal, tento fazer um pequeno relato sobre a experiência de estar realizando um intercâmbio no curso de Fisioterapia da Universidade Fernando Pessoa (UFP), e em nenhuma única vez consegui resumir isso. No entanto hoje sei que toda essa “experiência” se inicia quando se cria coragem para se candidatar nos editais que são oferecidos pela Unijuí para realizar um período de estudos em terras distantes. Então entra em questão a seleção e toda burocracia que envolve o visto e a viagem, até que enfim se chega (só) ao destino, o Porto. Eu fui recebida na Residência Universitária da UFP no dia 5 de fevereiro, localizada na Foz do Douro, onde convivi com estudantes de diversos países (Brasil, Portugal, Turquia, Polônia, Romênia, África, Bélgica, Lituânia, Egito) até a volta, no dia 15 de julho.
Na faculdade cursei componentes diferentes dos que são oferecidos na Unijuí, como por exemplo, Cadeias Musculares, Método de Cyriax, Conceito de Maitland, Ligaduras Funcionais, Avaliação Funcional da ATM, Mobilização do Sistema Nervoso, Componente Teórico de Métodos e Técnicas em Fisioterapia e também Clínica Integrada, componente no qual pude acompanhar o trabalho oferecido pelo Estágio Profissionalizante da Clínica Integrada da Universidade, possibilitando um contato real com a profissão e o desenvolvimento de um talento por meio da prática profissional.
Não é nada fácil colocar seis meses de intercâmbio resumido em um pequeno texto de alguma página, mas se tivesse que resumir isso em uma palavra, eu diria “intenso” desde o primeiro dia. O frio e o vento eram intensos, as aulas, a saudade, as pessoas que acabei conhecendo, as amizades que se iniciaram lá, a necessidade do inglês, a diferença cultural em uma mesma casa, as viagens, o sabor o vinho do Porto...
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O Porto é uma cidade linda, encantadora e acolhedora. Acredito que não exista alguém que tenha vivido no Porto e não tenha se apaixonado por essa cidade ou não pense em um dia voltar lá. Mas incrivelmente também foi lá que passei a reconhecer e apreciar as qualidades do nosso Brasil, lá conheci inúmeros portugueses que tem como uma das principais projeções pessoais conhecer ou até viver em nosso país, e se vê nos olhos o fascínio deles ao relatar isso, assim se torna mais fácil a adaptação à vida portuguesa e o “intercâmbio” de informações, costumes e curiosidades sobre Brasil e Portugal.
Hoje já estou de volta ao Brasil e agradeço à Unijuí por ter colocado essa oportunidade que considero um investimento no futuro da minha vida. Após esse período, olhando em torno de mim, a sensação que tenho é que tudo continua igual, menos eu. E agora me encontro em uma fase da vida que eu nem sabia que existia, a fase de adaptação à “velha” vida.
Ana Paula Philipp, acadêmica do curso de Fisioterapia da UNIJUÍ, realizou intercâmbio na Universidade Fernando Pessoa, em Portugal, no primeiro semestre de 2011
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