Pesquisa investigou transtornos mentais comuns em agricultores e a relação com a exposição a agrotóxicos - Unijuí

Pesquisa investigou transtornos mentais comuns em agricultores e a relação com a exposição a agrotóxicos

                 

O estudo publicado neste ano na Revista PSICO-PUC, que integra a dissertação de mestrado em Atenção Integral à Saúde da psicóloga Pâmela Vione Morin, orientada pela professora Drª Eniva Stumm, investigou a repercussão na saúde física e psíquica do uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais, em especial Transtornos Mentais Comuns.

A pesquisa foi realizada durante o Mestrado em Atenção Integral à Saúde, desenvolvida com 361 agricultores do interior do município de Três de Maio, localizado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, região em que se produz soja, milho e trigo. O estudo foi delimitado ao sexo masculino, por serem os maiores envolvidos na produção e expostos ao contato direto com agrotóxicos. Dos participantes, 47,9%, ou seja, 173 agricultores, apresentaram transtorno mental comum, que pode ser identificado por queixas sintomáticas depressivas, ansiosas, subjetivas e isoladas, que compreenderam insônia, irritabilidade, nervosismo, fadiga, dores de cabeça, esquecimento e dificuldade de concentração.

O estudo constatou também que 30,5% dos agricultores com transtorno mental comum referiram ter doenças preexistentes. As doenças mais mencionadas pelos trabalhadores com transtorno mental comum, em ordem decrescente, foram: câncer, depressão, gastrite, doença cardíaca e hipertensão. Com relação aos sintomas físicos mencionados pelos participantes, que apresentaram transtorno mental comum, destacam-se: náuseas, tontura, boca seca, dor de cabeça e irritação nos olhos. No que tange aos sintomas emocionais, estes compreenderam: insônia, agitação, dificuldade de concentração e irritabilidade. Os participantes do estudo estavam na maioria dentro da faixa etária de 40 a 60 anos incompletos e foram associados a presença de transtornos mentais comuns o tempo de trabalho em agricultura, a exposição a agrotóxicos e doenças preexistentes.

O estudo indica a necessidade de uma maior atenção à saúde do trabalhador rural, especialmente sobre o uso de agrotóxicos e os possíveis comprometimentos da saúde dos trabalhadores rurais como um todo, embora o foco do estudo tenha tratado da saúde mental desses trabalhadores. Os dados deste estudo corroboram com dados nacionais e internacionais, apontando que a exposição a agrotóxicos pode, silenciosamente e a longo prazo, comprometer a saúde psíquica da população. O estudo completo está disponível na internet.  

A inscrição para o Mestrado está aberta até o dia 12 de novembro e o edital disponível neste link


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