Poesia de engajamento social: estudantes da turma 221 produzem curtas e encenações inspiradas no estilo marcante de Castro Alves - Unijuí

No dia 04 de Setembro, sob orientação do professor de literatura Leandro Renner de Moura, os estudantes do 2º ano do Ensino Médio apresentaram suas produções audiovisuais e teatrais às turmas C91 e 211, no auditório da escola, proporcionando um momento de reflexão sobre o romantismo brasileiro, mais especificamente a terceira geração romântica, também conhecida como condoreira. Essa fase histórico-literária foi marcada pelo engajamento social e político, pela luta contra a escravidão e defesa da liberdade. Entre os grandes nomes do período, destacou-se Castro Alves (1847-1871), conhecido como o “poeta dos escravos”. Sua obra mais emblemática, O Navio Negreiro, tornou-se ponto de partida para uma atividade que buscou aproximar a poesia do século XIX das inquietações e debates atuais.

A proposta teve início com um estudo contextual sobre o romantismo e suas gerações. Os alunos conheceram a trajetória de Castro Alves e suas principais características: a linguagem grandiosa, as imagens fortes, a musicalidade dos versos e, sobretudo, o compromisso com a denúncia social. As leituras coletivas e análises de trechos de O Navio Negreiro despertaram a sensibilidade da turma para as injustiças denunciadas pelo poeta e mostraram como sua voz ainda ecoa nos dias de hoje.

Após a compreensão do contexto histórico e estético, a turma foi desafiada a responder a uma questão norteadora: “Se Castro Alves vivesse no século XXI, quais seriam as causas que abraçaria e de que forma sua poesia poderia dialogar com o nosso tempo?”

A partir dessa reflexão, cada grupo escolheu uma pauta contemporânea que dialogasse com a obra do poeta, como: a luta por direitos trabalhistas, o combate ao trabalho análogo à escravidão, a denúncia do racismo estrutural, a busca por justiça social e igualdade, violência contra as minorias, a situação dos refugiados e as migrações forçadas e o combate à censura.

Com os temas definidos, os estudantes passaram à criação. Uns optaram por curtas-metragens poéticos, explorando a linguagem audiovisual, com imagens urbanas, cenários cotidianos e trilhas sonoras impactantes. Outros preferiram encenações teatrais, nas quais declamações e performances corporais transmitiram a mesma força dramática encontrada nos versos de Castro Alves.

Segundo o professor Leandro, cada produção procurou manter o tom engajado do poeta, mas com uma roupagem contemporânea. As poesias ganharam vida em forma de protesto, denúncia e arte, mostrando que a mensagem condoreira continua atual. Destaca, ainda, que a atividade provou que Castro Alves não é apenas um poeta do século XIX: sua voz ressoa em cada luta contra a injustiça. Ao transportar o autor para o presente, os estudantes não apenas compreendem melhor o romantismo, mas também aprendem a enxergar a literatura como ferramenta de consciência crítica e expressão criativa.


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