Rizoma faz uma análise histórica e econômica sobre a Greve dos Caminhoneiros - Unijuí

Rizoma faz uma análise histórica e econômica sobre a Greve dos Caminhoneiros


Com a tradicional proposta de debates temáticos semanais, o Rizoma resolveu trazer alguns convidados para um bate-papo sobre a Greve dos Caminhoneiros e seus reflexos na região e em todo o país! Pensando nisso, os estúdios da 106.9 receberam, na manhã desta quarta-feira, 30, os professores Argemiro Brum, Valdir Kinn e Jaeme Callaii, a fim de fazer uma análise histórica, política e econômica sobre as manifestações que ocorrem em território nacional.

Enquanto isso, caminhoneiros seguem protestando em rodovias de todo o país, chegando ao 10º dia de manifestação em pelo menos 18 estados e no Distrito Federal. Os bloqueios à passagem de veículos, no entanto, só acontecem em sete deles: Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grando do Norte, Pará e Paraná. Apesar da pauta econômica dos transportadores ter sido atendida, a greve continua, sendo movida por reivindicações locais e pautas políticas, que incluem a saída de Michel Temer (MDB) e a defesa da intervenção militar.

A pauta da intervenção militar foi questionada pelo filósofo Valdir Kinn durante a entrevista. De acordo com o professor, há uma contradição em ir para a rua se manifestar em prol de que não possam mais se manifestar. "A história nos mostra que é justamente um regime de exceção, onde as manifestações públicas de massa, na rua, são interditadas e proibidas", comentou. Por outro lado, a greve promovida pelos caminhoneiros se vê encerrada a partir do acordo feito com o Governo Federal, uma vez que era um movimento com pautas bastante específicas. "A questão agora é: qual é a pauta que está efetivamente a mobilizar as pessoas?", o docente questiona.

Segundo o professor Jaeme Callaii, houve, da parte dos grevistas, uma dificuldade de unidade. Isso decorre da própria característica e perfil dos manifestantes, onde parte eram empresários e parte trabalhadores que não têm um sindicato ou estrutura nacional efetiva. "Curiosamente, o governo também não tem liderança faz dias", afirmou o historiador. "A dificuldade do governo entender o que era a greve, discutir e ter uma pauta a respeito é fenomenal", disse Callaii.

Do ponto de vista econômico, o professor Argemiro Brum explicou algumas das decisões políticas que se acumularam e culminaram no atual cenário político e financeiro do país. De acordo com ele, desde a década de 1950, o Brasil optou por se concentrar no modal de transporte rodoviário, deixando de lado alternativas como a malha ferroviária ou o setor marítimo e fluvial. "Com o tempo, isso se agravou, a ponto de ficarmos refén das rodas, ou seja, dos caminhões". Nesse sentido, qualquer movimento liderado pela categoria, bem ou mal organizado, seria capaz de provocar o caos.

Ouça já a entrevista na íntegra com os professores Valdir Kinn, Jaeme Callaii e Argemiro Brum, logo abaixo:


Ou confira, ainda, a transmissão ao vivo da entrevista no Rizoma realizada na manhã desta quarta-feira, 30, clicando aqui.


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