Rizoma Temático traz discussão sobre impacto da pandemia no cinema - Unijuí

         Assim como outros setores, o cinema foi duramente impactado pela pandemia de covid-19. Salas de cinema tiveram que ser fechadas, estreias adiadas, festivais cancelados e filmagens paralisadas. Ao mesmo tempo, no entanto, a busca por entretenimento dentro de casa aumentou. De acordo com pesquisa realizada pela Kantar Ibope Media, 58% dos usuários de internet disseram, 12 meses após o início da pandemia, que viram mais vídeos e TV online em streaming pago durante o período de isolamento. O tempo em frente à televisão aumentou 37 minutos diários e cada indivíduo passou cerca de 1h49 por dia assistindo a conteúdos em plataformas.

         Para avaliar todo este cenário, o Rizoma Temático da Unijuí FM abordou nesta quinta-feira, dia 17 de junho, o tema “Reinventando a Sétima Arte: as transformações do cinema”. Foram convidados para o bate-papo o pesquisador de História do Cinema, doutorando em Comunicação pela UFSM e produtor do Instagram Cinemacc - Uma viagem cinematográfica, Alexandre Maccari; o roteirista, jornalista, assistente de direção-geral e diretor de Comunicação do Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre (Frapa), Alessandro Engroff; e a doutoranda na Unioeste, pesquisadora de cinema e outras artes e integrante do projeto Cinema e Direitos Humanos, do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Unijuí, Fabiana Domingos Pedrolo.

         Alexandre destacou que, em momentos como este, de pandemia, o cinema, a música e as artes em geral ganham importância frente à população. O que não é decisivo, como aponta, para que as pessoas reconheçam, de fato, o valor da produção cinematográfica. “Somos formados no cinema hollywoodiano e é muito difícil quebrar esse tipo de formação. No entanto, o momento é propício para que as pessoas busquem coisas novas e, entre elas, está o cinema brasileiro, que ainda carrega muito preconceito. Muitos ainda têm a ideia de que o cinema nacional é só nudez e pornografia, herança dos anos 1970 e 1980, mas nossa produção é muito mais que isso”, destacou.

         Para Fabiana, o impacto financeiro no cinema só será sentido no futuro. Ela destaca que a maior perda, neste momento de distanciamento social, foi a de experiência coletiva, de ir ao cinema em grupos. “E há mais uma questão: apesar de o streaming ter garantido acesso a mais produções, as pessoas estão se acostumando a assistir a um filme sozinhas, em casa. E a experiência coletiva é muito importante para o cinema.”

         Alessandro, que é roteirista, destacou que a escrita, a produção, não parou durante este período. E ressaltou que novas produções foram possíveis, já que os eventos presenciais acabaram prejudicados. “Cito uma experiência que tive como exemplo. Durante a pandemia trabalhei como consultor de roteiro de uma websérie de 10 episódios que foi concebida originalmente como um espetáculo de dança. O momento oportunizou o encontro da dança e do audiovisual, possibilitando o nascimento de uma obra que, sem esse contexto, não teria acontecido”, comentou.

Para conferir o Rizoma Temático na íntegra, acesse:


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