Lenine é sinônimo de música de qualidade há décadas, conquistando a simpatia do povo com suas belas canções e os elogios dos críticos com sua musicalidade de inspirações livres, sempre contemporânea e essencialmente brasileira. Com um novo álbum saindo do forno, Carbono, o músico sentou com a imprensa momentos antes de um de seus shows em São Paulo no último fim de semana para explicar seu processo de produção e contar mais sobre a obra, que contou com vários nomes da nova geração, como Tó Brandileone, Vinicius Calderoni (ambos 5 a Seco) e Carlos Posada, para citar alguns, além de seus conterrâneos do grupo Nação Zumbi. Engenheiro químico por formação e músico por inegável vocação, o pernambucano possui uma prosa poética interessante e madura, depois dos tantos anos concedendo entrevistas. Mais do que um fazedor, Lenine é também um grande pensador da música como um todo, como suas respostas mostram. Sobre o nome Carbono“Existe dentro da química uma área chamada química orgânica, que surge a partir do estudo do carbono e da interação dele com as outras coisas, essa palavra já estava impregnada em mim. Eu sou um colecionador de palavras. Eu realmente tenho uma coisa da busca da sonoridade das palavras. Não por acaso, os meus discos surgem antes, com o título. Uma imagem e o título. E esse título está intimamente ligado a essa minha pesquisa com as palavras. Eu adoro isso. Carbono tá inserido numa porrada de outras palavras dentro dessa palavra. Tem algumas coisas da propriedade do elemento que eu gosto muito, a história da alotropia, a facilidade que ele tem de se juntar a outras coisas e formar outras moléculas, outras substâncias com outras propridades. Essa é uma característica do carbono. Eu achei que isso definia, de alguma maneira, a música que eu faço” Sobre seu processo de produção“Eu sempre ouso acreditar que eu nunca fiz antes. Se eu tiver a sensação de que eu já fiz, eu largo. Eu não tenho muitos ‘não me toques’ com o que eu faço não, eu desconstruo com a maior facilidade do mundo, derrubo e apago sem grilo e começo do zero de novo. Eu sempre busco essa sensação. Talvez, outros que não estejam mergulhados como eu no processo de fazer enxerguem outras coisas, mas eu sou movido a estímulo e desejo de trilhar aonde ainda não fui, é caminhar onde ainda não caminhei. O momento do estúdio é um momento de pesquisa, eu não sei aonde vou chegar” Sobre como foi fazer Carbono“No caso do Carbono, eu não tive esse tempo. Eu propus estrear o show simultaneamente ao [lançamento] físico do disco. Isso significou que, quando eu disse ‘vou fazer o disco’, eu já tinha o dia da masterização marcada. Nunca trabalhei assim, foram dois meses e um pouco mais. Na hora que a gente começou a fazer, não tinha nada, nem as músicas. Nos outros momentos foi assim também, mas eu trabalhava com muito mais tempo, eu fazia vinte, vinte e duas canções. No processo de fazer, umas iam caindo, outras iam surgindo, eu tinha tempo - quatro meses pra produzir dá demais. Mas não foi o caso. Disse ‘vou começar a fazer o “Carbono”’, era o início de fevereiro. Em março, no dia 30, já era o dia da masterização. Então, foi tudo muito rápido e eu só consegui por causa do coletivo, por causa dos cúmplices na criação, por causa dos amigos de caminhada. Tudo em dois meses: Criamos, decupamos, arranjamos, produzimos, gravamos, mixamos e masterizamos - e cada um requer um formato diferente de masterização, mesmo no digital, que é outra compressão, e isso tudo me interessa. As ferramentas, eu gosto muito de testá-las. Foi uma tsunami (risos)” Sobre as diferenças entre fazer um disco e um show“O melhor de tudo é o caminho percorrido. No fim das contas, o fazer no estúdio é completamente diferente do fazer aqui no palco. Por isso, eu sempre, na minha vida toda, distanciei esses dois processos. Quando eu faço o disco, eu esqueço o outro e eu foco como adaptar aquela coisa, que é uma fotografia hospitalar feita num estúdio, como eu consigo transformar isso em emoção direta, em conexão direta? É um sentido de adequação que tem que ter, você tem que mudar a lente e o foco. No Carbono, a novidade é que eu fiz as duas coisas simultaneamente. Foi uma tsunami, mas eu soltei e o filho tá criado, já nasceu” Sobre os músicos com quem toca“Eu tenho uma banda que tá comigo há muitos anos, conhece profundamente o que eu faço. A gente toca e tem essa convivência, essa intimidade, há muitos anos. Então, minha música está impregnada disso tudo. Não é só a minha música, é a música desse coletivo. Eu posso vestir minha música de diversas maneiras, como eu faço às vezes com orquestra, às vezes sozinho na voz e violão, às vezes em uma formação de trio, mas essa química de várias pessoas fazendo uma coisa só, ah, cara, essa turma é casca grossa. E aí tem essa intimidade a ponto dos arranjos flutuarem - a gente muda dia a dia por causa dessa intimidade. Carbono tá impregnado dessa banda” Sobre sua musicalidade“Todo mundo me fala ‘sua música é muito difícil’, e eu fico dizendo ‘não, gente’. Tem o pulo do gato, tem um jeitinho, uma maneira que eu aprendi a fazer fazendo, porque era solitário, só tinha eu e meu instrumento. Enquanto todos os meus amigos que estudavam violão queriam suprimir as imperfeições, o erro, o trastejado, eu queria amplificá-las, que eu achava que aquilo poderia me levar a outros tipos de som. Essas canções de construção de levada de ritmo, são riff. Vou atrás da sujeira, dos harmônicos, tudo eu uso em benefício do suíngue” Sobre seu interesse por palavras“A palavra tem melodia. Pra um francês, é impossível imaginar uma proparoxítona. Ele não conhece ‘lâmpada’, é ‘lampadá’. A gente tem uma música na língua da gente - e eu não falo a língua de Portugal, a gente tem uma coisa das vogais abertas. Eu sou apaixonado pelo ‘é’ e pelo ‘ó’, acho muito bonito. Eu já vejo melodia nas palavras, é tudo música. A palavra tem sua música” Sobre o conteúdo em suas composições“Eu teimo em acreditar que eu faço mais do que entreter as pessoas, então todas as questões que me incomodam, as minhas músicas revelam isso, então eu me sinto meio cronista. Eu prefiro acreditar que cada disco meu seja uma fotografia que fiz de uma época. No futuro, o cara vai querer entender a década de 90, pega alguns discos produzidos na época que você vai capturar. Eu prefiro contribuir nessa ideia de historificar, de documentar, de ser cronista através do som que eu faço. Cada projeto novo é movido a esse estímulo. E eu fico feliz porque isso ainda me dá um prazer quase juvenil, é natural que você perca o saco com o tempo, é do ser humano, e eu tô sempre com muito prazer envolvido em tudo o que eu faço. Também, só faço o que eu gosto, aí eu gosto muito do que faço” Sobre a música brasileira de hoje“Sou muito fã não só de 5 a Seco, mas de uma geração de criadores que está espalhada. Em São Paulo está muito evidente, tem uns dez ou doze de uma mesma geração compondo lindamente, fazendo uma música bacanérrima e tal, e isso está espalhado pelo Brasil, em todos os cantos, por isso que eu não acredito quando alguém reclama da música brasileira - a música brasileira vai muito bem, minha gente, eu tenho ouvido tanta coisa bacana, cara. O danado é que, com essa coisa do digital, tudo foi pulverizado, então não existe mais essa coisa de poucos que falam pra milhões. Não, agora é milhares falando pra milhares, é assim. Então, você tem uma dificuldade maior de achar as coisas, mas a tecnologia foi acessível demais pra todo mundo fazer seus trabalhos. Tem muita gente ali fazendo, o negócio é saber procurar” Fonte: Monkeybuzz
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O jornalista André Pinheiro Machado vai contar a história da música britânica e a expansão de todos os maiores nomes "tipo exportação" no mundo rock, pop, folk, jazz, soul, blues e regional para todos os cantos do globo. "Invasão Britânica" irá ao ar as 22 horas de sábado, com reprise no mesmo horário aos domingos. Com o olhar de quem viveu quase uma década no Reino Unido, André relata experiências, conta histórias, faz pesquisas e anuncia o set list dos seus finais de noite, nos finais de semana da Rádio UNIJUI FM. Será neste sábado, 22 horas, "Invasão Britânica!" |
No ar desde segunda-feira o Rizoma Unijuí entrevistou nesta terça, 5, o professor Larry Antonio Wizniewsky, que falou sobre o primeiro tema do programa “ódio na Internet”. Crescente nas redes sociais, o assunto foi abordado pelo professor da Unijuí que ressaltou a importância de discutir o tema e que este ódio deve seguir crescendo dentro da Rede. O debate sobre o “ódio na internet” segue nesta quarta-feira com mais dois convidados. O Rizoma vai ao ar de segunda a sexta, a partir das 9h. Ouça o áudio da entrevista abaixo: Prof. Larry Wizniewsky - Entrevista by Unijuí Fm on Mixcloud |
| O primeiro álbum de Giorgio Moroder em trinta anos está recheado de nomes sonantes e Sia é uma das vozes convidadas | |
Não estamos conseguindo lidar com esse clipe feito com tanta gente linda vestida de Sia. Hoje o Giorgio Moroder lançou oficialmente sua música com a Sia, “Déjà Vu”, e a música acompanha um clipe lindo. O próprio Giorgio Moroder aparece como um motorista, que faz um conselho esperto a um rapaz: “Se você seguir as garotas, elas fogem. Se você fugir, elas te seguem”. E o que acontece? O muso do clipe é perseguido por diversas mulheres vestidas de Sia em cenários noturnos luxuosos. Não é ótimo? Hahahaha “Déjà Vu” é a faixa-título do próximo álbum de Giorgio Moroder. Ele já divulgou “74 is the New 24″ e “Right Here, Right Now” com a Kylie Minogue. Recentemente, as músicas feitas com Britney Spears, Charli XCX e Kelis e Mikky Ekko caíram nas graças da internet. O álbum todo está com lançamento agendado para 12 de junho! Fonte: Papel Pop |
#VemPraieiro! Os Selvagens à Procura de Lei se preparam para lançar em breve Praieiro, o terceiro disco de inéditas da banda. O grupo se mudou ano passado para São Paulo, época em que conseguiu maior notoriedade, quando eles se apresentaram na edição de 2014 do Lollapalooza. A mudança de casa – o grupo foi criado no Ceará – representa agora uma evolução da sonoridade, não muito grande, mas suficiente para levar ao público um som mais “diferente”. No fim de semana eles fizeram o pré-lançamento do disco através de um show na cidade de Fortaleza. Músicas oficiais ainda não foram apresentadas na internet. O novo disco chega embalado por grande interação nas redes sociais. A banda lançou a hashtag #vempraieiro como forma de divulgação na internet. Para os integrantes da banda, a hashtag é importante e vai ter um significado ainda maior após o lançamento do álbum, como destacou o jornal O Povo. Segundo a publicação, “vem surpresa por aí”. Praieiro é o segundo disco do Selvagens com distribuição feita por uma grande gravadora. Apesar disso, a produção mais uma vez foi independente; e contou com a ajuda da Mucambada, nome pelo qual os fãs da banda são conhecidos. A ajuda se deu através de um financiamento coletivo que acabou arrecadando R$ 44 mil. Forte Energia Positiva Em entrevista, ainda para o jornal O Povo, Gabriel Aragão contou um pouco mais do novo trabalho, que prezou pela criação em conjunto e representa uma pegada que transmite forte energia. Além do mais, Gabriel destaca que a banda preservou o hábito de ouvir discos juntos, para que todos chegassem a músicas com as mesmas referências. #VemPraieiro O novo disco tem a produção de David Corcos, que já trabalhou com D2 e Seu Jorge anteriormente. Praieiro é ainda o primeiro registro de estúdio em que todos os integrantes assinam as composições. Enquanto o próximo álbum não chega (o lançamento será muito em breve), que tal rever a banda em um dos clipes do projeto Around The World In 80 Music Videos? Fonte: A Gambiarra |
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