Aula prática de produção e tecnologia de sementes - Unijuí

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Aula prática de produção e tecnologia de sementes

             

No dia três de setembro alunos do curso de graduação em Agronomia da Unijuí, matriculados na disciplina de Produção e Tecnologia de Sementes e Mudas, coordenada pelo professor Doutor Roberto Carbonera, realizaram uma aula prática na Cerealista Amigos da Terra (CRAT) no município de Ajuricaba, RS. A aula teve o propósito de aprofundar e consolidar os conteúdos abordados na disciplina e verificar como ocorre o processo de produção, recebimento, beneficiamento, tratamento, armazenagem, controle de qualidade e expedição de sementes. A visita foi acompanhada pelos Engenheiros Agrônomos Darci Antônio Lorenzon e Keli Kihel e pelos técnicos Mário Olmírio Bandeira de Mello, que também é aluno da disciplina, e Dyonathan Porazzi.

A cerealista foi criada em 1987 por 56 associados. Atualmente, mais de 80 produtores cooperados produzem sementes de trigo, aveia branca, aveia preta e soja. A empresa tem parceria com obtentores para viabilizar a produção. De encontro ao que e tem enfatizado nas aulas teóricas, “A semente se faz no campo, aqui na unidade de beneficiamento, apenas mantemos a qualidade” destacou Keli, sobre a importância de se buscar materiais com aptidão e potencial produtivo no momento da implantação das culturas destinadas a produção de sementes.

A empresa possui planejamento e sempre busca melhorar a qualidade de produção a cada ano. Segundo o Eng. Agr. Darci Lorenzon, a empresa não busca atingir altas quantidades de produção, mas sim, produzir com qualidade para garantir que as sementes comercializadas aos agricultores tenham elevado potencial de desenvolvimento, com pureza genética, sanidade, germinação e vigor. Registrou, também, que cerca de 40 e 70% das lavouras de soja e trigo, respectivamente, são cultivadas com sementes certificadas e o restante da área são cultivadas com sementes de uso próprio. 

Um dos principais fatores que afetam a qualidade das sementes produzidas é o manejo realizados na lavoura. Devido a isso, há necessidade de acompanhar continuamente o desenvolvimento dos cultivos. Além de realizar as duas vistorias obrigatórias, determinadas pelo Ministério da Agricultura, a empresa sempre foca em realizar o maior número de visitas possíveis como uma forma de garantir que o material que será entregue chegará em bom estado. A colheita, também, é um momento importante, pois o tipo de colheitadeira utilizada pode provocar danos mecânicos às sementes. Devido a isso, recomendam que os agricultores utilizem, preferencialmente, colhedoras do tipo axial, as quais permitem que o material seja colhido mais seco e com menores níveis de danos mecânicos. Ainda na lavoura, as sementes de soja passam pelo teste de tetrazólio para verificar se há danos por percevejo e se estão em níveis aceitáveis ou não para a produção de sementes.

Durante o recebimento, as sementes passam por uma análise prévia e somente as cargas que são aprovadas são descarregadas na moega. Em sementes de soja, realiza-se a análise de pureza e se existem danos, através do uso do teste de hipoclorito, em que é possível verificar a existência de sementes quebradas e verdes, bem como trincas no tegumento. Em sementes de trigo e aveia, os maiores problemas são as misturas de sementes, por isso, é feito uma análise de pureza antes de aprovar ou condenar os lotes entregues. As sementes aprovadas são levadas à Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS), caso contrários, as mesmas são destinadas à indústria.

Após o descarregamento das sementes na moega, as mesmas passam pela máquina de pré-limpeza. Esta máquina possui grande capacidade de trabalho e peneiras específicas para cada cultivar, em que retiram-se as impurezas maiores. Após, as sementes vão para um dos 12 silos que são de 5 mil sacas, para armazenamento temporário e secagem, se necessário. O responsável técnico, Darci, comentou que, quando se trabalha com silos de alta capacidade de armazenagem, podem haver problemas devido a dificuldades no processo de secagem das sementes. Muitas vezes são colhidas sementes com 17 % de umidade e o processo de homogeneização da umidade para em torno de 12 a 13 % se torna mais trabalhoso e demorado. Os silos têm sensores que verificam as condições do ambiente e assim permitem que os aeradores se liguem de forma automática, facilitando o processo de secagem do material. 

Após realizada a secagem, as sementes passam pelo processo de beneficiamento. Este consiste em um sistema que envolve um conjunto de máquinas que inclui máquinas de ar e peneira, mesa densimétrica, separador espiral e classificação por tamanho. Posterior a isso, passam pelo tratamento ou serão ensacadas em bolsas ou bags. Após todos estes processos, as sementes ficam armazenadas para serem comercializas.  

Durante todo o processo até a expedição, as sementes passam por vários testes. Ao se trabalhar com as sementes certificadas de primeira geração (C1) e segunda geração (C2), as análises do controle de qualidade (germinação, vigor, pureza...) são realizadas pelo laboratório da entidade certificadora. Enquanto que as sementes não certificadas de primeira (S1) e segunda geração (S2), a coleta e análise do material é feito pela própria empresa. Para ter certeza que o material a ser comercializado possuí elevada qualidade, a empresa costuma fazer as análises a cada trinta dias, pois quando se trabalha com soja, devido à elevada quantidade de óleo na semente, estas perdem em qualidade e diminui o potencial de germinação e vigor com o passar do tempo. No caso do trigo, estas variáveis se mantêm mais estáveis por apresentar maior teor de amido como substância de reserva. 

Além de acompanhar como ocorrem os vários processos na unidade de beneficiamento, os alunos foram visitar, também, a área experimental de cultivares de trigo, próximo à sede. Ao final da visita, percorreu-se uma área de produção de sementes para que os alunos pudessem observar como se dá o processo de verificação da qualidade nas lavouras. Durante a visita, também, foram verificados danos devido à ocorrência de geadas no final de agosto. Estima-se que os danos podem variar de 20 a 30%, mas isso depende de cada cultivar e da data de semeadura. 

Este texto foi preparado pelas alunas Joélen Assmann Cavinatto e Natiane Carolina Ferrari Basso

 


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