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Intercâmbio

Uma experiência para contar aos netos

Relato de Filipe Kersting, acadêmico de Engenharia Mecânica da UNIJUÍ / Campus Panambi, que realizou intercâmbio na Universidade do Porto, Portugal, no segundo semestre de 2010

 

"Com a proximidade da data de voltar ao Brasil, muitas coisas passam pela cabeça, muitos sentimentos diferentes se revelam ao mesmo tempo. As saudades da família e dos amigos do Brasil tornam o retorno uma ótima idéia, porém as pessoas que conhecemos aqui, que no início pareciam tão diferentes e hoje já se tornaram membros da família aqui do Porto, mostram o outro lado do retorno.

Nesta experiência pude ver como há diferenças enormes de culturas no Brasil, para notar isto tive que vir para a Europa. Mais do que aprender sobre a cultura portuguesa, pude conviver com pessoas de todos os lugares do Brasil, mineiros, cariocas, catarinenses, são paulinos. Por vezes, era complicado de se comunicar até com os brasileiros, gírias e sotaques totalmente diferentes.

A primeira viagem que fiz para fora de Portugal foi para Marrocos, uma cultura totalmente diferente da nossa, sem falar que fui com mais 12 brasileiros, tendo cariocas, mineiros, gaúchos e são paulinos entres estes. Ficamos muito tempo dentro de uma van até chegar ao deserto do Saara, quase dois dias, neste tempo pudemos notar as diferenças, entre os brasileiros principalmente, nós gaúchos fomos os mais “incomodados” pelo sotaque, mas fomos os únicos a cantar o hino do estado na íntegra.

A viagem para Marrocos foi uma das coisas mais marcantes na minha vida, uma cultura totalmente diferente, um povo extremamente religioso e paisagens deslumbrantes. Marrakesh, uma das principais cidades do Marrocos, é dividida em duas partes por um muro, dentro deste fica a Medina (cidade antiga) e fora a cidade moderna. Na Medina conhecemos o principal mercado tradicional do país, onde se pode encontrar desde comida, roupas, lenços, artesanato até apresentações de musicas típicas, cobras najas e muito mais. Mas o que mais marcou nesta viagem foi a noite que passamos no deserto.

A viagem até lá foi cansativa e muito emocionante. Fomos de van, com um “piloto” marroquino dirigindo. Ele andava muito rápido e por serras com desfiladeiros enormes à beira da estrada. Da van partimos para o nosso próximo meio de locomoção, os dromedários. Passamos duas horas andando de dromedário até chegar ao nosso acampamento, onde acompanhamos o pôr do sol nas dunas do Saara. A noite começou com festa e dança a luz da lua e terminou ao redor de uma fogueira com histórias interessantíssimas de todas as partes do mundo. A noite foi muito fria, e com colchões cheios de areia, uma noite não muito confortável, mas que valeu a pena por tudo que vivenciei lá.

A oportunidade de estudar na Universidade do Porto foi de grande valia, que aproveitei muito. Umas das maiores dificuldades que enfrentei aqui foi com relação aos idiomas. As aulas foram todas ministradas em Português, porém a bibliografia quase toda em Inglês, sendo que em um dos trabalhos tivemos que traduzir um catálogo que estava em Francês. Todas as matérias que fiz aqui tiveram muitas aulas práticas, estas que achei as mais interessantes e importantes, em grandes e bem equipados laboratórios da universidade".

 

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