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TCC projeta Casa Lar para crianças e adolescentes em Ijuí

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da recém-formada no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí, Caroline Prediger da Pieve, partiu da perspectiva de que o espaço onde o indivíduo se encontra afeta seu bem-estar, deixando marcas até mesmo em sua personalidade. Ela trabalhou "A arquitetura como a arte do bem-estar: projeto de uma Casa Lar para crianças e adolescentes na cidade de Ijuí”, sob orientação do professor Tarcísio Dorn de Oliveira. 

Conforme explicou Caroline, o acolhimento institucional é o afastamento da criança ou do adolescente de seu contexto familiar devido a uma situação de risco ou violação de um dos direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Essa medida de proteção revela uma triste realidade no atual cenário em que vivemos. Problemas financeiros, violência, drogas ou abandono levam diariamente jovens a crescerem em instituições estatais, não poucas vezes, por um grande período de tempo”, explica.

As melhores projeções direcionam o futuro de quem está num local de acolhimento, para o seu retorno ao lar de origem após a solução da problemática que levou à sua saída ou a sua inserção em um lar substituto, por meio da adoção. Num pior cenário, entretanto, estes permanecem durante anos da infância e juventude nesses locais até que possam completar a maioridade.

“O tempo em que crianças e adolescentes permanecem institucionalizadas já acarreta, por si só, marcas profundas em suas personalidades. Cabe aos envolvidos amenizarem os impactos negativos que o afastamento de suas casas e o estremecimento dos laços familiares causam. Nessa perspectiva, a arquitetura pode – e deve – intervir ao encontro desses esforços para promover o bem-estar àqueles que habitam estes espaços”, ressalta. 

O objetivo geral da pesquisa foi o de desenvolver uma proposta arquitetônica, em nível de anteprojeto, de uma Casa Lar no município de Ijuí, destinada a acolher crianças e adolescentes, com idades entre 0 e 18 anos, que se encontram em situação de acolhimento institucional. 

Em busca de solução para os problemas propostos, Caroline utilizou pesquisas bibliográficas, documentais, estudos de caso, de campo e, no que tange especificamente à arquitetura, ainda a fase de criação.  O trabalho apresentou o diagnóstico atual da situação do serviço de acolhimento institucional no Estado do Rio Grande do Sul, divulgado em março de 2020 através do Plano Estadual Decenal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária 2020-2030, que é desconhecido por grande parte da população gaúcha.

Também, trouxe ao conhecimento da sociedade a relação direta entre o espaço físico edificado e o bem-estar físico, mental e emocional dos indivíduos, destacando a importância cada vez maior que a arquitetura assume no mundo contemporâneo, e abordou temas atuais e inovadores dentro da área da arquitetura, como a neuroarquitetura e design biofílico. Caroline desenvolveu um projeto arquitetônico e de interiores voltado ao conforto e bem-estar, que possa minimizar eventuais dificuldades, impactos psicológicos, desafios ou experiências negativas que os usuários possam vir a encontrar durante o período em que estiverem provisoriamente sob a tutela do Estado.

Segundo a graduada, estudos recentes na área da Neurociência comprovaram que o espaço físico edificado tem o poder de alterar o comportamento, a personalidade, as emoções e as relações humanas. Elementos como o design biofílico podem ser empregados em uma nova forma de fazer arquitetura e trazem inúmeros benefícios físicos, mentais e comportamentais aos indivíduos. Além disso, intervenções relacionadas às cores, ao mobiliário, à acústica, às texturas e as formas, podem ser empregadas com a finalidade de estimular as emoções humanas positivas das crianças e adolescentes sobre o local no qual se encontram inseridos. 

“O projeto desta Casa Lar virá, num primeiro momento, suprir as demandas institucionais existentes na região, acolhendo de forma temporária as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Mas, muito além disso, pretende, através de uma nova forma de fazer Arquitetura, oferecer um local humano, digno e acolhedor a todos aqueles que se necessitam, momentaneamente, permanecer nesse local”, explicou.

Por Evelin Ramos, bolsista de Popularização da Ciência da Unijuí


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