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Estudantes combatem fake news com informações científicas

Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Unijuí e participantes do Programa de Educação Tutorial (PET) do Ministério da Educação (MEC) desmistificaram, durante todo o mês de janeiro, com base científica, as principais fake news que circulam na internet. Isso aconteceu por meio de uma série de produções, elaboradas com auxílio da professora tutora Juliana Fachinetto.

Segundo a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, professora Bruna Comparsi, o Programa conta, atualmente, com 12 estudantes bolsistas remunerados, que participam de diferentes atividades de pesquisa, ensino e extensão.

Na série – que pode ser conferida na página Ciências Biológicas Unijuí, no Facebook – foram trabalhados temas como “O conto da cloroquina e hidroxicloroquina”, “Ivermectina contra o novo Coronavírus: verdade ou mentira?”, “A Covid-19 é imune a organismos com um pH maior que 5,5’’ e “Vacinas não causam mutações ou malefícios à saúde”, que pode ser conferido abaixo:

As vacinas não causam mutações ou malefícios à saúde

Não é algo recente o receio da população em relação às vacinas; desinformação, boatos falsos e a ausência de entendimento sobre como elas funcionam levam a hipóteses falsas e totalmente alarmantes para os desinformados. O movimento antivacina - o qual intensificou-se muito ao longo do último ano durante a pandemia de covid-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, alega que vacinas são agentes mutagênicos e carcinogênicos.

Para desmentir tal alegação, é preciso explicar brevemente como funciona o processo de imunização.

O ser humano possui dois tipos de imunidade: a inata, que se constitui das barreiras e defesas naturais do organismo, o qual age indistintamente contra qualquer tipo de agressão - a pele, secreções das glândulas mucosas e serosas, membranas de revestimento, pelos, células fagocitárias; e a imunidade adaptativa, ou específica. Esta consiste na capacidade de reconhecer e produzir substâncias “inativadoras” específicas para cada corpo estranho ao organismo, seja ele um vírus, uma bactéria, um parasita ou toxina. Quando um organismo possui memória para determinado antígeno, diz-se que está imunizado. Porém, esta memória depende de contato/exposição prévia, e é nesse ponto que entram as vacinas, em se tratando de imunização contra doenças virais.

Uma pessoa pode se tornar imune a determinada doença ao ser infectada pelo vírus correspondente. Porém, é impossível prever como o organismo reagirá à infecção, uma vez que são necessários alguns dias para que, após o contágio, o sistema imune possa reconhecer o organismo invasor e produzir anticorpos específicos. Neste período, o vírus se espalha pelas células, podendo causar graves sintomas, mesmo a morte, dependendo da doença. No caso específico da covid-19, é importante destacar que diversos casos de reinfecção foram identificados.

A vacina é uma via alternativa, pois introduz no organismo uma forma mais fraca, ou inativada do vírus. Assim, a infecção ocorre, a memória é produzida, mas não se desenvolve a doença causada pelo vírus em questão. Nenhum componente da vacina atua ou interfere no DNA. O que ocorre é a ativação artificial de uma defesa natural do organismo.

Voltamos, então, ao tema “mutações”. Mutações consistem em modificações no DNA e podem ocorrer em células somáticas (células do organismo em geral), situação em que não são transmissíveis, ou em gametas (células reprodutivas), que passarão a mutação adiante para a prole. Em sua grande maioria, as mutações não representam dano e, quando representam, os mecanismos de defesa do organismo se encarregam de destruir as células danificadas.

As mutações não são necessariamente ruins: é por meio delas que a evolução ocorre, e todo indivíduo sofre mutações em determinadas células, seja por falhas comuns no processo de multiplicação celular, seja por danos no material genético causado por inúmeros fatores: radiação UV, medicações, pesticidas, agrotóxicos, metais pesados, e até mesmo doenças virais: ou seja, infectar-se com o SARS-CoV-2 representa um risco de alterações no DNA (para não mencionar o desenvolvimento da doença em si). Os vírus possuem a informação para uma enzima (a transcriptase reversa) capaz de produzir DNA a partir do RNA (material genético do vírus citado) e integrar o material genético do vírus ao do hospedeiro. Já as vacinas não possuem informação para a tal enzima, e por este motivo, mesmo as vacinas de RNA são seguras.

Referências:

CARMICHAEL, Flora; GOODMAN, Jack. Vacina não altera DNA nem tem microchip: mentiras sobre imunização contra o coronavírus. BBC Reality Check. 3 de dezembro de 2020. Disponível em https://www.google.com/.../portuguese/geral-55181327.amp. Acesso 05/01/2021.

GHAFFAR, Abdul; HAQQI, Tariq. Imunização. Microbiologia e imunologia online. Escola de medicina da Universidade da Carolina do Sul. Disponível em: https://www.microbiologybook.org/.../immuno-port.... Acesso em 05/01/2021.


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