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Recém-graduado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí, Rafael Henzel apresentou em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) uma proposta de grande relevância social: a criação de um centro técnico profissionalizante voltado à capacitação de trabalhadores na área da construção civil. Intitulado “Arquitetura de Recomeço: Projeto de um Centro Técnico Profissionalizante para o Município de Ijuí – RS”, o trabalho foi orientado pela professora Paula Weber Prediger.
A ideia do projeto nasceu da própria vivência de Rafael durante a graduação. Ele atuou de forma terceirizada em uma imobiliária, realizando manutenções em imóveis, atividade que exigia conhecimentos técnicos específicos, adquiridos principalmente por meio da prática. “Muito do que aprendi foi na base da curiosidade e da experiência prática. Eu perguntava aos vendedores de lojas de materiais de construção, e notava duas situações distintas: os mais experientes traziam dicas valiosas, enquanto os mais novos sabiam apenas o básico sobre os produtos”, relembra.
Essas experiências, somadas às conversas em sala de aula sobre a necessidade de qualificação técnica, inspiraram o projeto. “Falávamos sobre a importância de capacitar pessoas para a construção civil, desde os serviços pesados até o acabamento. Muitos estão na informalidade ou abandonaram os estudos, e um centro como esse pode oferecer oportunidades de recomeço, inclusive para profissionais que buscam atualização”, destaca o egresso.
Durante a pesquisa, Rafael consultou livros, artigos acadêmicos, blogs e portais especializados. Ele procurou entender não apenas a realidade do trabalhador formal ou informal, mas toda a cadeia produtiva da construção: quem produz, como se transporta, onde armazenar e para quem se constrói. A análise do cenário econômico revelou a estagnação do setor e a dificuldade das construtoras em encontrar mão de obra qualificada, um dos principais entraves à retomada do crescimento.
“Mas, mesmo em tempos de crise, existem vagas. O que falta é o trabalhador buscar qualificação, e para isso é fundamental a criação de novos centros de treinamento, sejam públicos ou privados. Isso aumenta a competitividade, reduz desperdícios e contribui para a sustentabilidade das obras”, avalia Rafael.
O projeto arquitetônico propõe um espaço completo, que vai além das práticas construtivas. Inclui salas de aula, ambientes de apoio psicológico, sala de informática, espaço de primeiros socorros e uma sala de apoio à inserção no mercado de trabalho. Um auditório com praça de alimentação também foi projetado para uso da comunidade e realização de eventos externos.
Do ponto de vista técnico, Rafael buscou soluções sustentáveis e eficientes. O edifício foi projetado acima do solo, com sistema de infiltração zero, laje técnica sustentada por contraventamentos metálicos e orientação que aproveita os ventos predominantes do sudoeste para resfriamento natural. A fachada de pele de vidro com propriedades térmicas contribui para manter o ambiente interno fresco, reduzindo o consumo de energia elétrica.
Agora formado, Rafael quer aplicar seus conhecimentos em projetos que façam a diferença na vida das pessoas.
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