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No Dia da Mentira, combatemos a desinformação

Em momentos críticos, como a pandemia de covid-19, percebemos a importância da comunicação e os riscos da disseminação de notícias falsas, ou fake news. Informações distorcidas, que defendem a eficácia de medicamentos sem comprovação científica ou que apontam malefícios causados pela vacina, têm embasado a ação de muitas pessoas pelo mundo.

O que chamamos popularmente de fake news são conteúdos que visam confundir o público, espalhar desinformação, algo que não vai contribuir com o bem coletivo, cuja função é justamente criar o caos e confundir as pessoas”, explicou a doutora em Comunicação Social e professora dos cursos de Comunicação e Produção Digital, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unijuí, Gisele Noll. Ela explica que, entre especialistas da área, é complicado falar em notícias verdadeiras ou falsas. Por isso, utiliza-se a definição de notícia com desinformação, uma vez que o jornalismo trabalha com fatos, fatos que possuem um valor notícia, que visam informar a população sobre o que está acontecendo em qualquer lugar do mundo.

“Hoje, conteúdos com desinformação representam um grande risco à saúde pública. Estamos em meio a uma pandemia e o impacto central é na vida humana. Uma notícia que afirma que o uso de máscara é desnecessário, justificando uma pesquisa feita em uma instituição do exterior, por exemplo, pode fazer com que pessoas se contaminem, adoeçam ou venham a óbito. Isso é sério, maldoso e abominável. O impacto social é gigantesco e pode afetar eleições, a saúde pública ou acabar com a imagem ou a vida de alguém, entre outras tantas consequências graves. Quando penso nesse tipo de coisa, meu estômago dói, eu fico brava e com raiva, pois espalhar esse tipo de conteúdo é mexer com a vida. Se você se importa com o outro, não compartilhe desinformação.”

Parar e pensar é melhor do que simplesmente compartilhar algo, conforme destaca a professora. “Precisamos ser críticos, ler bem, não repassar nada sem verificar se procede. É importante estar sempre alerta para tudo que chega, principalmente através de redes sociais digitais como Instagram, Facebook ou WhatsApp. Aquele tipo de informações que é muito vaga, extremista, alarmista ou antiga”, alerta.

Uma das principais questões, quando lemos uma notícia, é identificar a fonte. Quem fez a notícia? Foi veiculada por algum meio conhecido e com credibilidade? Foi produzida por jornalistas que buscam todos os fatos envolvidos? Outra dica é verificar quem está sendo usado como especialista no tema, se atentar para quem são as pessoas que falam e dão credibilidade ao conteúdo. “Contestar quem compartilha também é importante. Faça seu papel de cidadão e denuncie conteúdos com desinformação. Fale com a pessoa, envie links corretos, vá atrás da informação correta. Não repasse nada sem checar a fonte. Confie na ciência, não em achismos. Se permita duvidar, sempre. Utilize os serviços de agências de Fact Cheking como Lupa, Estadão Verifica, Fato ou Fake. Assine um jornal digital ao invés de esperar que todo conteúdo seja gratuito. Se você paga Netflix, Sky, Net, Amazon, Apple, entre outros, para receber entretenimento de qualidade, por que não faz isso com a informação?”, questiona a docente.

Conforme explica Gisele, as redes sociais simplificaram nosso acesso ao que está acontecendo no mundo ou com pessoas que conhecemos. Da mesma, criou mais um espaço para divulgação de conteúdos noticiosos e de entretenimento.

“Quando pensamos no que podemos fazer ao reunir milhares de pessoas em um único lugar e o impacto que isso tem na vida, é difícil dimensionar o quando as redes digitais transformaram a forma como nos comunicamos. Essa expansão, se comparada com o avanço do rádio, televisão e outros meios massivos, foi muito rápida, transformadora e sem uma regulamentação específica. Algo que nos faz sentir que a Internet é uma terra sem lei, mas não é bem assim. O uso massivo das redes faz com que tenhamos a impressão que todo o conteúdo compartilhado é confiável. Assim, abrimos uma brecha para que a desinformação se espalhe. Deixamos de questionar algo básico e que sempre fizemos com meios tradicionais, ou seja: qual a intenção por trás da informação que recebemos? Esse sentimento de que tudo vem em um só lugar é o grande problema. Temos que ir atrás de outras fontes para vermos outras opiniões. Ficarmos fechados no nosso mundinho no Facebook, na nossa bolha, aumenta ainda mais as possibilidades de desinformação ou de acharmos que todos pensam como nós”, finaliza.

 


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