Após duas semanas de apresentações, campus Ijuí finaliza Mostra de Projetos Integradores - Unijuí

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Após duas semanas de apresentações, campus Ijuí finaliza Mostra de Projetos Integradores

Depois de duas semanas intensas de apresentações, a Unijuí - campus Ijuí finalizou nesta quinta-feira, 30 de junho, a Mostra de Projetos Integradores. Estudantes de todas as áreas puderam, durante o evento, apresentar as soluções encontradas para problemas reais, que foram indicados por empresas, entidades, associações e por membros da comunidade. 

Os PIs, como são chamados, são diferenciais da Graduação Mais - o novo modelo de cursos de graduação da Unijuí, e permitem que os acadêmicos, desde o primeiro semestre, pensem e articulem propostas para demandas que são encontradas em suas comunidades, através de pesquisas, interações com os demandantes e por meio do auxílio prestado por professores e mentores.

Na área da Saúde, por exemplo, os acadêmicos trabalharam a partir do tema gerador “Ser Biológico e Social” e das professoras Brenda da Silva, Marli Frison e Eilamaria Libardoni Vieira. Encarregada de atender à demanda do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Eilamaria organizou equipes multiprofissionais, com estudantes de diferentes cursos, para que pudessem pensar em como melhorar as condições de vida e saúde de diferentes grupos de trabalhadores: da Urgência e Emergência, técnicos de Enfermagem, enfermeiros, frentistas, agentes comunitários de saúde e motoboys. “Todos os grupos realizaram diagnóstico com os trabalhadores e, após a tabulação e discussão dos resultados, foram planejadas ações como o Dia de Cuidado em Saúde aos Agentes Comunitários de Ijuí; orientações sobre o cuidado em saúde dos motoboys e frentistas e elaboração de materiais educativos; diagnóstico da qualidade de vida dos trabalhadores da Urgência e Emergência; cartilha sobre qualidade de vida aos técnicos de Enfermagem e podcast sobre a valorização do profissional da enfermagem”, explicou a professora.

Na área da Gestão, estudantes de Administração e Ciências Contábeis trabalharam a partir de dois temas: Sociedade e Sustentabilidade dos Negócios, coordenado pelas professoras Sandra Albarello e Luciana Moro; e Empreendedorismo e Inovação, a cargo dos professores Daniel Knebel Baggio e Roselaine Filipin. Este último teve como demandantes a Criatec, envolvendo os processos de gestão das empresas incubadas, e a União das Associações de Bairros de Ijuí (Uabi), que encaminhou o desafio do processo de regularização cadastral dos bairros de Ijuí. Entre os produtos desenvolvidos estão a elaboração de atas e estatutos para alguns bairros, no caso da Uabi; propostas de marketing para a Criatec e para empresas, além de controles financeiros para as incubadas e captação de pessoal para alocação no mercado de trabalho.

Nas Engenharias, os acadêmicos também trabalharam a partir de dois temas geradores: Projetos em Engenharia, a cargo dos professores Fernanda da Cunha Pereira, Giuliano Daronco, Joice de Oliveira e Lia Sala; e Grandes Desafios da Engenharia, sob responsabilidade dos professores Paula Prediger, Taciana Enderle e Maurício de Campos. Maurício comenta que os estudantes trabalharam tanto questões ambientais como sociais no desenvolvimento da padronização das lixeiras de Ijuí, demanda encaminhada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Os grupos trabalharam desde questões mais simples, como uma forma de acabar com a bagunça que se gera nas lixeiras por animais; e até propuseram desconto no IPTU para as regiões da cidade que conseguissem trabalhar corretamente a separação do lixo. A solução mais inovadora foi a de enterrar containers, deixando externamente as lixeiras com dimensões reduzidas, mas no subsolo um espaço maior. Isso permitiria um estoque maior de resíduos, a diminuição das viagens de caminhão e a redução dos custos de coleta”, explicou o professor. 

Enquanto isso, as áreas de Arquitetura e Design trabalharam com o tema gerador “A profissão”, a partir dos professores Diane Johann e Igor Norbert Soares. De acordo com a professora Diane, a sua turma trabalhou na proposta de painéis temáticos para a Estação Esporte, Cultura e Cidadania do Parque da Pedreira. “Os alunos foram até o Parque, conversaram com a coordenação, com a turismóloga e foram até o Museu conhecer a história da Pedreira, para então fazer a proposição de ideias”, comentou.

No curso de Psicologia, as professoras Amanda Sehn, Simoni Fernandes e Taís Cervi trabalharam o tema gerador Psicologia e Saúde; enquanto que a professora Elisiane Schonardie trabalhou o tema A Psicologia na Sociedade Contemporânea. Neste último, os estudantes trabalharam em estratégias de saúde mental para crianças e adolescentes da Apae; a saúde mental dos adolescentes do 3º Ano do Ensino Médio; a  saúde mental dos professores no pós-pandemia; as consequências da violência doméstica em crianças; o trabalho com os agressores privados de liberdade, nos casos de violência doméstica; o trabalho do psicólogo e a desmistificação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Foram demandantes a Coordenadoria da Mulher de Ijuí, o CAPS de Santa Rosa, a Coordenadoria Municipal de Educação de Ajuricaba; Apae de Ijuí e Escola de Ensino Médio Catuípe. 

“Algumas soluções apresentadas pelos projetos envolvem o roteiro de trabalho com professores da rede pública, visando a saúde mental; estratégias de saúde mental para serem desenvolvidas com as crianças da Apae; cartilhas esclarecendo sobre os direitos da pessoa com deficiência e a questão da saúde mental dos adolescentes; e roteiros de trabalho para serem desenvolvidos com os alunos do 3º Ano do Ensino Médio, para trabalhar a ansiedade”, completou a professora Elisiane.

No curso de Direito, os temas geradores Estado, Sociedade e Constituição e Crime, Sociedade e Poder Punitivo: os fundamentos e os limites da proibição, da persecução penal e da punição estiveram sob responsabilidade dos professores Marcelo Loeblein dos Santos, Joice Nielsson, Patrícia Borges Moura, Ester Hauser, Thiago dos Santos da Silva e Marcia de Oliveira. Marcelo comenta, que no seu módulo, as demandas partiram do Ministério Público, das Defensorias Públicas de Ijuí e de Panambi, da Procuradoria do Município de Ijuí e da Procuradoria Geral do Estado, além de vereadores de Ijuí e Catuípe.

“Dentre os temas desenvolvidos estão três projetos que tratam sobre políticas públicas para idosos, lançado pelo Ministério Público. Os resultados foram a conscientização acerca de golpes virtuais a idosos, a conscientização acerca da violência financeira intrafamiliar e, ainda, a criação de uma casa de apoio para os idosos ficarem durante o dia, enquanto os familiares trabalham”, comentou o professor Marcelo, completando que, em relação ao desafio sobre o marketing jurídico digital, postado pela 23ª Subseção da OAB de Ijuí, a resposta à demanda foi importante no sentido de auxiliar a OAB na conscientização dos advogados locais sobre o que pode ou não servir de marketing frente às divulgações realizadas nas redes sociais.

Tivemos ainda três projetos acerca da destinação adequada de resíduos da construção civil, onde foi proposta a elaboração de projetos de lei para a criação de usinas de reciclagem e pontos de coleta destes resíduos; e um desafio ligado à legislação de aplicativos de transporte de pessoas, onde o resultado da pesquisa foi um projeto de lei para regularizar esses transportes que ainda trabalham na informalidade”, disse. O curso ainda recebeu um desafio ligado às políticas públicas para animais abandonados no município de Catuípe e outro que tratava da criação de uma casa de passagem para mulheres vítimas de violência doméstica. Os estudantes conseguiram, mediante patrocínios, o projeto arquitetônico da casa e a doação de móveis e materiais de construção, bem como a conscientização da sociedade acerca da importância de uma casa de passagem no município de Panambi.

Os cursos de Licenciaturas e Educação Física, coordenados pelas professoras Fabiana Ritter e Marta Borgmann, trabalharam o tema Educação e Cidadania, a partir de desafios encaminhados pela AABB Comunidade. “Os acadêmicos foram desafiados a dar maior visibilidade ao programa, mostrando para a comunidade as oficinas, as dificuldades no trabalho com crianças e jovens em vulnerabilidade social. A Educação Física buscou ampliar o conceito de lutas e esportes de combate, sendo esta uma das oficinas propostas, desmistificando a relação com brigas; enquanto que as licenciaturas trabalharam o engajamento voluntário, a fim de dar mais visibilidade à AABB”, explicou a professora Marta. 

De acordo com a professora Márcia Formentini, que trabalhou ao lado da professora Nilse Maldaner com estudantes de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, a partir do tema Conteúdo e Narrativas para a Comunicação Digital, diferentes desafios foram trabalhados, oriundos das comunidades local e regional. Os temas que perpassam os projetos estão vinculados, em sua maioria, a instituições sem fins lucrativos das áreas de saúde, cultura e social, setores públicos e pequenas empresas. Entre eles, esteve o desafio de educar a comunidade para o descarte consciente de medicamentos; estimular o debate entre racismo e comunicação; e a divulgação de pequenas empresas, buscando fortalecer as suas marcas.

Enquanto no curso de Medicina Veterinária foi trabalhado o tema Funcionamento do Organismo Animal, pelos professores Cristiane Beck e Marcella Linhares; no curso de Agronomia foram trabalhados dois temas geradores: Sistema Solo-Planta-Atmosfera, pela professora Gerusa Conceição, e Agroecossistemas, pelo professor Osório Lucchese. De acordo com ele, no seu módulo foi realizada uma análise do agroecossistema, onde cada grupo visitou uma propriedade, indicada pela Emater.

“Os estudantes fizeram uma análise, a partir dos temas propostos pelos professores durante o semestre, e levantaram informações sobre cada uma das seis propriedades visitadas: primeiro foi feito um diagnóstico, a fim de se estabelecer um espaço de diálogo entre o futuro engenheiro agrônomo e o produtor rural; depois os acadêmicos conheceram e reconheceram as atividades de cada propriedade; e então sugeriram melhorias”, explicou Osório Lucchese. 

Ainda foram apresentadas soluções na área de Ciência da Computação, a partir do tema A Computação e a Resolução de Problemas, sob responsabilidade dos professores Paulo Sausen e Gerson Battisti. 

Confira as avaliações de alguns professores sobre os PIs:

“Os Projetos Integradores contribuem para a formação de profissionais que, desde o primeiro semestre, são desafiados a trabalhar em equipe e a aprender a partir de um problema/demanda real. Habilidades e competências de relações humanas, resolução de problemas e estudos científicos são fortemente desenvolvidas durante a elaboração e execução do projeto. Como uma estudante me questionou: “profe, isso vai ficar só no papel como uma redação?” Hoje ela percebe que o trabalho desenvolvido pelo seu grupo vai fazer a diferença na vida de muitos trabalhadores e que o proponente vai discriminar essa experiência. O Projeto Integrador não fica no papel, ele traz uma solução acadêmica ao demandante”. 

Eilamaria Libardoni Vieira - PI Ser Biológico e Social 

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“Os projetos desenvolvidos atingiram diferentes níveis de profundidade. Todos conseguiram interagir com os produtores, o que é um grande passo para o futuro agrônomo. Desenvolver o olhar dialógico, respeitar o que os agricultores estão fazendo e, a partir disso, contribuir. Mesmo antes dos PIs, já eram promovidos espaços de interação com a comunidade dentro do curso de Agronomia. Mas os Projetos Integradores trouxeram algo novo, que é propiciar, a cada módulo, um nível de interação maior”.

Osório Lucchese - PI Agroecossistemas

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“Por meio dos PIs os estudantes conseguem identificar as dificuldades inerentes ao processo de gestão nas pequenas e médias empresas”.

Roselaine Filipin - PI  Empreendedorismo e Inovação

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“Os alunos desenvolveram trabalhos fantásticos e tiveram postura profissional. Nós percebemos o brilho nos olhos da moçada, no sentido de poderem produzir algo mais concreto. Outro ponto positivo foi ter colocado a eles o mesmo desafio. Isso gerou uma competição positiva porque eles puderam ver o que outros grupos estavam propondo, avaliar a sua proposta, pensar nas fragilidades a partir deste comparativo e imaginar o que poderia ser incrementado”.

Maurício de Campos - PI Grandes Desafios da Engenharia

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“Os PIs não só aproximam o estudante de Psicologia da comunidade e da realidade profissional, como também possibilitam  trabalhar em equipe, em grupo, com responsabilidade e autonomia. A avaliação dos trabalhos, por parte dos alunos, é sempre muito positiva em termos de aprendizagem e do contato com os profissionais da área”.

Elisiane Schonardie - PI A Psicologia na Sociedade Contemporânea

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“Os PIs do curso de Direito buscaram qualificar ainda mais a formação dos acadêmicos e consistem em um grande diferencial do novo currículo. Um currículo com base em competências consiste numa formação que tem como característica a relação entre teoria e prática, ou seja, o conhecimento é construído a partir das disciplinas do módulo em consonância com os desafios reais do campo profissional. O objetivo é habilitar o estudante para o mundo do trabalho, com interação entre teoria e prática, compreendendo as implicações sociais, culturais, econômicas, éticas e morais sobre o fenômeno jurídico, de modo a interagir no processo de construção e renovação do conhecimento e impactar, mediante seu fazer acadêmico, suas relações pessoais e profissionais, na transformação de sua realidade e da realidade de seu entorno”.

Marcelo Loeblein - PI Estado, Sociedade e Constituição

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“A avaliação que temos dos PIs é extremamente positiva. Os acadêmicos conseguem desenvolver uma relação importante com a comunidade, conhecendo seus problemas e, de alguma forma, pensando na sua formação profissional a partir do contexto da sua formação”. 

Marta Borgman – PI Educação e Cidadania 

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“Os projetos integradores são importantes para a formação dos nossos acadêmicos, considerando que, desde o primeiro módulo, eles passam a ter contato com a comunidade, buscando auxiliar na resolução de problemas reais e trazendo para o debate temas relevantes e muitas vezes poucos discutidos nos espaços acadêmicos. Os projetos são desafiadores para todos nós, professores e alunos, já que estamos trazendo para a sala de aula novas discussões e entregando para a comunidade/demandantes importantes contribuições”.

Marcia Formentini - PI Conteúdo e Narrativas para a Comunicação Digital


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