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UNIJUÍ projeta Museu do Brinquedo Infantil

Universidade arrecada doações para resgatar a história e importância do brinquedo no desenvolvimento infantil
A UNIJUÍ Campus Santa Rosa iniciou neste mês um projeto inovador: a criação de um Museu do Brinquedo Infantil. A ideia é resgatar os brinquedos antigos e exibir os da modernidade, bem como suas histórias. A Universidade coleta agora objetos para integrar o Museu, que ficará localizado junto à Ludoteca do Campus.

A ideia surgiu quando as acadêmicas do primeiro semestre de Pedagogia realizaram uma atividade de reconstituição da história dos brinquedos desde a antiguidade até os tempos modernos. A atividade, coordenada pela professora Maria Alice Canzi Ames, objetivou criar sentido para os textos acadêmicos propostos no componente curricular de Sociologia e Educação, cujo mote é a construção da vida em sociedade e a importância da educação e socialização.

Ao finalizar a reflexão sobre o trabalho, as acadêmicas trouxeram alguns brinquedos tradicionais, como a peteca, o bodoque, bolitas, pula-cordas e doaram à Ludoteca da UNIJUÍ. O professor Celso Martinazzo, coordenador do curso de Pedagogia, juntamente com a estagiária Gleica da Silveira, responsável pelo atendimento na Ludoteca, recebeu os brinquedos e propôs a ideia de acoplar ao espaço da Ludoteca um “Museu do Brinquedo Infantil”. Dessa forma, as acadêmicas comprometeram-se em buscar brinquedos de “época” e convidar aos professores e à comunidade para participar desse projeto.

A professora Maria Alice destaca a importância do brinquedo, e relata que por meio de jogos e danças as crianças começam a formação dos primeiros grupos e com eles os primeiros aprendizados para a vida adulta. Começaram a aceitar regras, fortalecer vínculos, tornarem-se ‘seres sociais’. Na história ela lembra que a vinda dos jesuítas ampliou a socialização, com a criação de corais de música e peças de teatro. A vinda dos portugueses possibilitou o intercâmbio entre crianças indígenas e crianças portuguesas, permitindo trocas de tradições culturais. Da mesma forma, a vinda de imigrantes de etnias diversas. A história também relata o lado perverso de racismo e diferenças sociais, reproduzido entre crianças através de brincadeiras, como o caso de crianças brancas fazerem montarias com rédeas em crianças negras.

Ela revela que os brinquedos possuem seu espaço na história da imigração no Brasil: “imigrantes europeus trouxeram para o Brasil alguns brinquedos em miniatura que começam a ser fabricados já no século XVIII na Europa, como réplicas de objetos de adultos: navios, carros. Com a expansão da industrialização no século XIX, os imigrantes trouxeram bonecas de porcelanas, soldadinhos de chumbo, brinquedos maiores. “No final do século XIX, pequenas indústrias começam a se estabelecer também no Brasil e o “objeto-brinquedo-mercadoria” passa a fazer parte do universo infantil. Aparecem as “bolitas”, mas também aparecem os “brinquedos de guerra” e com eles, toda uma cultura que vai se recriando cheia de contradições.”

Maria Alice destaca que para dar continuidade a esta história cabe aos adultos que já passaram por um processo de socialização lembrar-se de aspectos positivos de algumas brincadeiras e interagir na construção desse mundo infantil. “Nada substitui a educação. É preciso ensinar às crianças valores que se aprendem também pela interação com brinquedos e brincadeiras que o mundo adulto proporciona. Émile Durkheim, um clássico da sociologia, já apontava a importância do ensino de valores tradicionais. Tradição não é sinônimo de arcaico”.

A Universidade está recebendo doações de brinquedo de época. Os objetos podem ser entregues no turno da tarde no Campus Santa Rosa. O Museu será aberto a comunidade, da mesma forma que a Ludoteca, que toda a semana recebe a visita de alunos de escolas da região para atividades lúdicas.



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