Pesquisa acadêmica: vocação ou construção? - Unijuí

Pesquisa acadêmica: vocação ou construção?

              

Destacar-se na pesquisa acadêmica é um cálculo básico, mas não tão simples, segundo o pesquisador Fábio da Silva Veiga, brasileiro de nascimento, vivendo há mais de uma década em Portugal e Espanha. Para ele, a pesquisa acadêmica é a soma de 20% de vocação mais 80% de construção e, portanto, o desempenho depende da capacidade de articulação, do esforço individual e das relações estabelecidas pelo pesquisador no mundo acadêmico, bem como da organização e trabalho em torno do seu objeto de estudo.

O professor e pesquisador brasileiro-europeu participou nesta quarta, 22 de maio, de um encontro com professores, doutorandos, mestrandos e bolsistas de iniciação científica do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unijuí, a convite do coordenador do PPGDH Maiquel Wermuth e do professor Doglas Cesar Lucas, com quem Veiga tem mantido contato pela relação de pesquisa.

A atividade foi promovida pelos Grupos de Pesquisa Biopolítica e Direitos Humanos e Fundamentação Crítica dos Direitos Humanos do PPGDH e se desenvolveu no auditório do Programa, com a proposição de apresentar e discutir o tema: “A pesquisa jurídica no exterior: práticas e potencialidades de internacionalização”.   

Fábio da Silva Veiga é pesquisador da Capes e professor da Universidade Europeia de Madri. Coordena ainda o Pós-Doutorado em Direito Público da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, e preside o IBEROJUR – Instituto Iberoamericano de Estudos Jurídicos. Sua trajetória acadêmica na Europa é o testemunho de que o cálculo projetado por ele (vocação+construção) tem como resultado 100%. Para o professor Veiga, quem faz pesquisa anda na frente, pois o pesquisador por meio de seu trabalho oferece muitas contribuições à sociedade e assim antevê e entende os processos de diversas realidades, independente da área de pesquisa que escolher.

Segundo o relato do professor Fábio da Silva Veiga, os principais desafios da área são o financiamento, as oportunidades, a formação e o desenvolvimento contínuo do pesquisador. Mas a responsabilidade para que uma pesquisa de destaque se concretize é fruto de uma tríade de aspectos: pessoal, institucional e de Estado, ou seja,  envolve a participação pessoal do pesquisador com suas intenções e dedicação à pesquisa, as políticas das instituições no incentivo à pesquisa e o papel do Estado na efetivação de políticas de educação superior e apoio à pesquisa.

Pesquisa se constrói, portanto, com trabalho, mérito e incentivo. As publicações podem alavancar um bom currículo que consequentemente pode reverter em financiamentos, no ponto de vista de Veiga. Ele acredita ainda que os pesquisadores precisam se arriscar, mesmo que tenham alguns textos rejeitados. Percebe a publicação como a possibilidade de o pesquisador mostrar a sua ideia e aquilo que está refletindo a partir de sua pesquisa. Portanto, aprende-se e atinge-se a maturidade, a partir da capacidade que se tem de colocar-se à prova, segundo Fábio da Silva Veiga.

O professor aconselhou ainda que é importante apostar no intercâmbio científico, conhecer novas pesquisas e diferentes perspectivas de conhecimento (mesmo de outras áreas) e investir no networking acadêmico, pois estas são ações que contribuem para manter os pesquisadores ativos no seu campo de atuação.

A atividade no PPGDH da Unijuí encerrou com tratativas para que se estabeleçam parcerias e convênios com instituições europeias, a partir desta visita e encontro acadêmico.

(Por Vera Raddatz – Professora e pesquisadora do PPGDH – 22 de maio de 2019)


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