Estudo de mestrado aponta desafios na transição do cuidado para pacientes com doenças crônicas - Unijuí

Letícia Y Castro, que recentemente defendeu sua dissertação no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção Integral à Saúde (PPGAIS) da Unijuí, revelou em seu trabalho as dificuldades enfrentadas por pacientes com doenças crônicas na transição do cuidado do hospital para casa. A dissertação, orientada pela professora doutora Adriane Kolankiewicz, está alinhada ao terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que busca garantir saúde e bem-estar para todos.

A pesquisa foi dividida em duas etapas e analisou a experiência de 166 pacientes, além de ouvir profissionais de saúde e gestores. Na primeira etapa, foram incluídos pacientes com doenças crônicas, maiores de 18 anos, que haviam sido internados por pelo menos 24 horas e receberam alta para casa. Dados sobre a saúde e a situação social foram coletados no hospital, e uma avaliação da transição do cuidado foi feita por telefone após a alta.

Os resultados mostraram que, de modo geral, a transição do cuidado foi vista de forma negativa pelos pacientes. Embora o preparo para gerenciar a própria saúde em casa tenha sido bem avaliado, outros aspectos importantes, como a compreensão das medicações e o plano de cuidados, receberam notas baixas. A pesquisa também indicou que homens e pessoas com maior escolaridade avaliaram melhor a transição, assim como aqueles que vivem em união estável.

Na segunda etapa do estudo, grupos de discussão com nove profissionais de saúde e gestores foram realizados para entender melhor esses desafios. Embora tenham reconhecido o bom preparo dos pacientes para o autogerenciamento, os profissionais apontaram falhas na preparação para a alta hospitalar e na comunicação entre a equipe médica e os pacientes.

Entre as estratégias sugeridas para melhorar a transição do cuidado estão: estimar a data de alta com antecedência; envolver o paciente e seu cuidador no planejamento do cuidado o quanto antes; utilizar prontuários eletrônicos para monitorar a alta; assegurar a presença ativa do médico na equipe e criar um documento de alta claro e unificado.

A conclusão do estudo é que, apesar dos esforços, ainda existem problemas significativos na transição do cuidado para pacientes com doenças crônicas. A complexidade dessas doenças e a falta de comunicação eficiente entre os envolvidos são grandes obstáculos. No entanto, a cocriação de estratégias junto aos profissionais de saúde mostrou ser um passo promissor para melhorar o cuidado contínuo desses pacientes.

A banca de defesa do trabalho foi composta pelos professores doutores Manoel Romero, da Universidade de Santiago de Compostela; Letícia Trindade, da Universidade Comunitária de Chapecó; e Christiane Colet, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais (PPGAIS) da Unijuí. 


Compartilhe!

Utilizamos cookies para garantir que será proporcionada a melhor experiência ao usuário enquanto visita o nosso site. Ao navegar pelo site, você autoriza a coleta destes dados e utilizá-los conforme descritos em nossa Política de Privacidade.