Unijuí é a primeira universidade comunitária a lançar uma cultivar no País - Unijuí

Unijuí é a primeira universidade comunitária a lançar uma cultivar no País

Universidade teve sua primeira cultivar de linhaça, desenvolvida em consórcio com a Cisbra, protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Professor Ivan Ricardo Carvalho, bolsista Leonardo Pradebon e a chefe do Eixo Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Agit, Fabiana Simon, em entrevista à Unijuí FM

A Unijuí, por meio do Programa de Melhoramento Genético, teve sua primeira cultivar de linhaça protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A proteção dos direitos intelectuais sobre a cultivar, desenvolvida em consórcio com a Cisbra Farinhas Integrais, se efetua mediante a concessão de um certificado de proteção de cultivar que, neste caso, demorou dois anos para se efetivar. Agora, ficam vedados a terceiros, durante o prazo de proteção, a produção com fins comerciais, o oferecimento à venda ou a comercialização de material.

“A Unijuí mais uma vez sai na frente como a primeira universidade comunitária a lançar uma cultivar no País. Esse trabalho foi desenvolvido pelo Programa de Melhoramento Genético, que utiliza de diferentes estratégias, métodos, para obter uma cultivar melhorada. É um trabalho demorado, que, somente neste caso, levou oito anos, para além do processo de pedido de proteção”, explicou o professor do curso de Agronomia e do mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Ivan Ricardo Carvalho, que coordena a linha de pesquisa de Melhoramento Genético de Grãos.

O resultado, como destaca Ivan, é importante não só para a Unijuí, mas para a região, que possui mais de 10 mil hectares de linhaça semeados. “A linhaça gera produtos derivados, como o óleo de cozinha, e os grãos são utilizados como ferramenta nutracêutica para dietas alimentares e dietas regulatórias. Até então, nós não tínhamos um genótipo feito para as condições da região, disponível ao produtor”, explica Ivan, que já adianta que o objetivo, a partir de agora, é lançar uma cultivar a cada três anos. “Para isso é importante a relação com a empresa, porque ela pondera o recurso financeiro, nos posiciona de forma assertiva no mercado e trabalhamos em prol da comunidade”, completou.

Concluído o processo de proteção, cuja análise é baseada em ensaios de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade, agora inicia-se uma nova etapa, de venda da semente. “Agora nós pegamos a nossa patente e a envolvemos em ensaios de Valor de Cultivo e Uso - VCU, feitos em vários locais, em várias propriedades, para tirarmos informações quantitativas de produtividade, estabilidade e adaptabilidade. Depois, novamente, submetemos ao Ministério, que averba, e aí conseguimos fazer a venda da semente. O retorno econômico que teremos é o royalty que vai sustentar muitas atividades ao longo do tempo”.

Como lembra Ivan, a Unijuí não trabalha apenas com a linhaça. O portfólio é fechado pensando no sistema agrícola da região. Por meio do Programa, trabalha-se a aveia branca e a linhaça, que são culturas de inverno, e também a soja. No final deste ano deve ocorrer a parceria com uma empresa, que começou como startup no agro, para o lançamento da primeira cultivar de soja marrom, destinada ao público vegano. Além disso, no próximo ano, deve ser lançada uma cultivar de forrageira, por meio da linha de pesquisa de Melhoramento Genético de Plantas Forrageiras e Cobertura de Solo para Maior Sustentabilidade, coordenada pelo professor Emerson Pereira.

Engenheiro agrônomo formado pela Unijuí e agora estudante do mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Leonardo Pradebon acompanha o trabalho do Programa de Melhoramento Genético como bolsista, e destacou o quão é importante ter o contato desde cedo, ainda na universidade, com o processo de desenvolvimento de uma cultivar.

Na Unijuí, quem vem auxiliando no registro é a Agência de Inovação Tecnológica (Agit). Segundo a chefe do Eixo Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Fabiana Simon, o setor já realizou outros registros de patentes, mas, de cultivar, é a primeira vez, o que proporciona nova experiência e desafios à equipe. “Temos uma grande expectativa de, nos próximos anos, termos não só novas cultivares, mas a entrega de novos produtos à comunidade”, disse.


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