A comunicação é um direito humano fundamental, porém a comunidade surda ainda enfrenta barreiras significativas em situações de urgência e emergência. Para mudar esse cenário, uma pesquisa produzida pela Unijuí, a partir do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Regional (PPGDR), busca desenvolver uma solução tecnológica que permita o acionamento autônomo e acessível do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por pessoas surdas. 

A proposta foi aprovada em edital para financiamento na chamada PPSUS - Programa de Pesquisa Para o SUS:gestão compartilhada em saúde/ Fapergs, Nº 01/2025. O projeto é desenvolvido pelas docentes do PPGDR, Adriane Fabrício e Glória Charão Ferreira, além da mestranda Merilin Timmermann Dessbesell, a doutoranda e diretora do Centro de Atendimento Integral ao Surdo (Cais Ijuí), Silvia Cristina Padilha da Costa, e do presidente da Associação dos Surdos de Ijuí (ASSI), Cristian Rafael Grade de Paula. 

O projeto tem previsão de execução de dois anos e resultará no desenvolvimento de um aplicativo específico para essa finalidade. A proposta integra inovação tecnológica, compromisso social e defesa de direitos, com o intuito de eliminar obstáculos que comprometem a autonomia e a eficácia no pedido de socorro por parte da comunidade surda. Cristian Rafael também será o avaliador do aplicativo. 

De acordo com os pesquisadores, a iniciativa não apenas dará visibilidade à problemática enfrentada pela população surda, mas, também, poderá ter impacto imediato em nível local, com potencial de replicação em todo o Estado e no país. O desenvolvimento regional será fortalecido tanto pela ampliação do acesso a serviços de saúde de qualidade quanto pela promoção da inclusão social e do exercício da cidadania.

O projeto foi baseado na tese de doutorado de Silvia Cristina Padilha da Costa e busca consolidar a região como referência em inovação e acessibilidade.

Por Fernando Goettems, mestrando em Desenvolvimento Regional - PPGDR/Unijuí, bolsista Prosuc II/Capes